Santa Rosa de Lima
Ela diariamente meditava, em oração, os mistérios das 14 estações da Via Sacra.
Nossa Senhora, mãe de Jesus
Ela, diariamente, retornava aos locais da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus após a sua Ascensão. Este foi o início da Via Sacra adotado pela Igreja.
Reflexão
Refletir durante a Via Sacra: O que já fiz por Jesus? O que faço por Jesus? O que devo fazer por Jesus?
O doce e inocentíssimo Jesus, que nunca fez o menor mal, é condenado à morte. O seu lamentável estado, as horríveis chagas da flagelação, o sangue que lhe corria pelo rosto, não fizeram impressão nos corações duros de seus inimigos sedentos de seu sangue.
Oh Jesus, quanto Vos deve ter magoado a crueldade daquele povo ingrato que tantos benefícios Vos devia e que tanto amáveis.
V. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo e Vos bendizemos.
R. Porque por vossa Santa Cruz remistes o Mundo.
Ave Maria ...
Meu Jesus, Misericórdia!
Os sumos sacerdotes convenceram o povo a pedir a condenação de Jesus. Pilatos tentou a sua libertação. O povo, porém, exigia a morte de Jesus, morte na Cruz.
Como me sinto quando me julgam e condenam? Como me comporto? Com amargura ou com paz?
Escuto o que Jesus me diz: Felizes são aqueles perseguidos, insultados e caluniados por causa de meu Nome?
Bem-aventurados sereis quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa (Mat, 5).
O Divino Salvador toma sobre os seus ombros dilacerados o pesado lenho da Cruz para o carregar pelas ruas de Jerusalém ao local do suplício. Mal aguenta o peso, mas por amor de mim o suporta e, rodeado dos algozes se encaminha para o Calvário.
Oh Jesus, dai-me a graça de aceitar com resignação e paciência as cruzes e tribulações que a Divina Providência me impõe.
V. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo e Vos bendizemos.
R. Porque por vossa Santa Cruz remistes o Mundo.
Ave Maria ...
Meu Jesus, Misericórdia!
Jesus saiu carregando ele próprio a Cruz para um lugar chamado Caveira (em hebraico Gólgota). [João 19,17]
Me sinto forçado, obrigado a carregar a Cruz? Quero tomar a minha Cruz e seguir a Jesus? Vivo isto como Jesus, a quem impuseram a Cruz e assumiu a carga?
Antes devo entender a minha Cruz, cheia de dores de casa, da família, do trabalho, dos meus compromissos com a comunidade. A Cruz da tentação, da tristeza, da solidão, da calúnia, da incompreensão. Ou seja, a Cruz da minha vida que só eu conheço.
Coloco a Cruz sobre os meus ombros, e sigo atrás de Jesus...Tenho esta Cruz de cada dia. Ninguém a conhece. Ninguém a vê. Ninguém sabe que eu a levo. Todavia, eu sei se é uma Cruz pesada, e se machuca os meus ombros.
Jesus carrega a Cruz por solidariedade para conosco. Eu estou convidado a carregar a minha Cruz em solidariedade com os que sofrem.
Empurrado sem piedade pelos algozes, insultado pelo povo, o doce Jesus já extremamente enfraquecido, arrasta-se pelas ruas de Jerusalém. De mil feridas a cada passo goteja o sangue purpureando o chão. Afinal, o Divino Salvador completamente exausto e sem forças não se aguenta mais em pé, e desfalecido cai em terra, oprimido pelo peso enorme da Cruz.
Oh Jesus, meus pecados fizeram a Cruz, tão pesada para Vós, meus pecados são a causa desta vossa queda tão dolorosa.
V. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo e Vos bendizemos.
R. Porque por vossa Santa Cruz remistes o Mundo.
Ave Maria ...
Meu Jesus, Misericórdia!
Os evangelhos nada dizem sobre as quedas de Jesus. A devoção e a fé dos cristãos sentem e transmitem que Jesus caiu sob o peso da Cruz.
Eu também tenho minhas quedas, mais de uma vez. Sinto que são a consequência das minhas debilidades e o peso de minha vida que me fazem cair. Não posso mais.
São as dores de sermos humanos, de sermos pessoas: homens ou mulheres, com os sofrimentos próprios de sermos assim. É a dor de ser pobre, de viver em uma favela. Nossos medos, nossas dúvidas, as nossas incertezas do nosso futuro e da nossa família. É a dor da dependência dos outros para sobreviver a cada dia, esmolando.
É a caída na solidão. Ninguém me vê caído no solo. Por que tenho que dissimular a minha queda? A dor de não conseguir compartilhar a minha queda, o meu sofrimento.
Com imensa aflição Maria Santíssima corre ao encontro de seu divino e tão amado Filho. Que dor para o coração maternal de Maria, quando viu o seu querido Filho tão desfigurado, com o rosto coberto de suor e sangue, curvado debaixo da pesada Cruz.
Oh Jesus, meus pecados não só Vos maltrataram a Vós tão horrorosamente, também causaram indizível dor e aflição a Vossa Santíssima Mãe.
V. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo e Vos bendizemos.
R. Porque por vossa Santa Cruz remistes o Mundo.
Ave Maria ...
Meu Jesus, Misericórdia!
... e disse a Maria, a Mãe:
- Vê: Este está posto de forma que todos em Israel ou caiam ou se levantem. Será uma bandeira disputada, e assim ficarão evidentes os pensamentos de todos.
Quanto a ti, uma espada te atravessará [Lucas 2, 34].
Muitos viram a bondosa, simples e humilde Maria, que não tinha pecado, como a mãe do "condenado".
Também Maria, ao ver seu inocentíssimo Filho sobrecarregado com a Cruz, se pode perguntar: Quando e como cumprirá Deus as suas promessas? Quando Deus o livrará?
Muitas vezes cresce a minha dor, porque sinto sofrer aqueles que eu mais quero: meus familiares, minhas amizades...e nada posso fazer.
Somente posso olhar e calar. A minha dor pessoal não é mais forte. A cruz mais pesada é aquela que os outros levam e sinto me impotente em ajudá-los.
Esta dor que Deus não tirou de sua Mãe, Deus não nos suprime e não nos explica. É um mistério..."que Deus veio para preencher com a sua presença."
Os cruéis Judeus vendo a extrema fraqueza de Jesus e receando que não chegasse vivo ao morro do Calvário, obrigaram Simão Cireneu a ajudar-lhe a carregar a Cruz. Querem ter a satisfação cruel de pregá-Lo na Cruz ainda vivo.
Oh Jesus, quem me dera a graça de ajudar-Vos a carregar a Cruz!
Quero ao menos seguir-Vos no futuro, carregando com a Cruz da penitência.
V. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo e Vos bendizemos.
R. Porque por vossa Santa Cruz remistes o Mundo.
Ave Maria ...
Meu Jesus, Misericórdia!
Quando levavam Jesus até o Calvário obrigaram a Simão de Cirene, que voltava do campo, a carregar a Cruz após Jesus [Lucas 23, 26-27].
Nem sempre me sinto sozinho quando carrego a Cruz. Alguém aparece e me ajuda. Alguém é solidário à minha dor. Ainda, talvez por orgulho, talvez por discreção, prefiro que ninguém saiba da minha dor.
Recordo os meus Cireneus, meus familiares, meus companheiros da comunidade que se preocupam, compartilham a minha Cruz. Oxalá eu não me aproveite da boa vontade dos meus Cireneus, amigos, para carregar a minha Cruz, para que eu possa ficar livre da dor da Cruz.
Recordo os crucificados, os que passaram perto de mim carregados com a sua Cruz. Eu os ajudo? Alivio a sua carga? Sou o Cireneu dos outros? Deixo que outros Cireneus me ajudem?
Uma santa mulher, vendo a Jesus em estado tão deplorável, com os olhos velados pelo sangue, com o rosto coberto de suor, cuspe e sangue, depondo a sua natural timidez, rompe por meio dos brutais algozes e oferece ao Divino Salvador uma toalha para limpar a face. Jesus enxuga o seu rosto e enternecido por este ato de caridade, deixa impressa na toalha a imagem de seu Santíssimo Rosto.
Oh Jesus, fazeis que eu sempre me lembre da vossa Face ensanguentada, para nunca cair mais em pecado.
V. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo e Vos bendizemos.
R. Porque por vossa Santa Cruz remistes o Mundo.
Ave Maria ...
Meu Jesus, Misericórdia!
Muitos se assustaram ao vê-lo, pois o seu rosto estava tão desfigurado que já não parecia um ser humano [Isaias 52, 14].
A Verônica não tira a Cruz de Jesus, porém a alivia, limpa o suor de seu rosto.
Recordo pessoas, muitas vezes mulheres, que limparam o meu rosto para aliviar-me e para que eu possa ver mais claramente as coisas e as pessoas, ainda que elas estejam cheias de dor.
Recordo o que nos diz as Bem-aventuranças: “Felizes os que os limpos de coração, porque eles verão a Deus...”
Posso, com os olhos mais limpos e o coração mais claro, ver melhor aos outros, sentir a dor do outro?
Jesus continua a arrastar penosamente a sua Cruz pelas ruas de Jerusalém. Cada passo é marcado com o seu sangue. Sofre horrivelmente, mas os soldados não têm compaixão. Impacientes O atropelam com as lanças e espadas. Jesus esforça-se para fazer-lhes a vontade, mas um empurrão brutal de um soldado O faz cair pela segunda vez.
Oh Jesus! Minhas recaídas no pecado foram a causa desta vossa queda tão dolorosa.
V. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo e Vos bendizemos.
É a queda que tenho quando carrego a Cruz dos outros. A primeira queda era por ser humano. Ser uma pessoa com as suas próprias debilidades.
A segunda queda é pela dor de ser irmão e não saber como ajudar os outros, como aliviar a sua dor e o peso da sua Cruz.
A segunda pode ser por conviver com pessoas que não me agradam, não simpatizo, que me ferem, que são injustas. Que me maltratam, que me fazem sofrer, muitas vezes, sem o saber ou não o querer.
Sou eu também aquele que faz os outros sofrerem? Causo sofrimento aos meus familiares e aos demais?
Tão lastimoso era o estado de Nosso Senhor, que algumas piedosas mulheres, vendo-O no meio dos algozes tão maltratado, carregado da Cruz, não podiam conter as lágrimas e desatavam em pranto.
Jesus, porém, mais preocupado com a nossa desgraça, do que com os seus terríveis sofrimentos, lhes disse: “Não choreis sobre mim, chorai sobre vós e sobre vossos filhos. Se isto se faz no lenho verde, que se fará no seco?”
Oh Jesus! Para salvar-me dos eternos tormentos do fogo do inferno tudo quisestes suportar por mim. Dai-me lágrimas de verdadeiro arrependimento e não permitais, que eu tenha a desgraça de cair nas mãos vingadoras do justo Deus.
V. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo e Vos bendizemos.
R. Porque por vossa Santa Cruz remistes o Mundo.
Ave Maria ...
Meu Jesus, Misericórdia!
Muitas mulheres o seguiam, chorando e lamentando-se por ele. Jesus se volveu e disse: Mulheres de Jerusalém, não chorem por mim [Lucas 23, 27-28].
Jesus não se queixa sobre o que está passando com ele, porque não está centrado em si mesmo, não está preocupado consigo.
Eu sinto que há pessoas que se queixam muito de suas dores. E eu? Sinto que há pessoas que somente protestam e reclamam e não fazem muito pela comunidade. E eu? Parece que vivo situações em que simulo que estou chorando pelos outros?
Choro sinceramente por mim, por que acredito que sou melhor que os outros e resulta simplesmente que não sou? Choro pela minhas muitas palavras e pouca misericórdia? Choro pelos outros e com os outros, em solidariedade sincera?
Jesus curvado debaixo do enorme peso da Cruz, morto de cansaço, cheio de dores cai em terra pela terceira vez. Pobre Jesus! Nenhuma alma misericordiosa se estende para levantar-Vos!
Entre pragas e injúrias, com pontapés e empurrões, os desumanos algozes obrigam o Salvador quasi moribundo a levantar-se. Jesus recolhe as últimas forças, levanta-se e cambaleando de fraqueza dá os derradeiros passos até o lugar do suplício.
Oh Jesus! Pelas dores imensas desta vossa terceira queda, Vos peço, não permitais, que eu torne jamais a ofender-Vos.
V. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo e Vos bendizemos.
A terceira queda é a queda produzida pelo peso da Cruz de como eu vivo a minha vida e a fé. É a queda que produz a dor de saber que sou filho de Deus, e não ver o seu rosto. É a dor que vem do silêncio, o silêncio sem a resposta aos meus gritos...
É a dor de crer sem ver, de esperar sem ter, de dar sem receber...
É viver a dor da generosidade sem agradecimento, de confiar em Deus e não ver muitas vezes os frutos desta confiança...
É sentir que os outros não respondem tantos as orações que um faz, como aos esforços e o compromisso pelo bem dos demais...
Apenas o Divino Salvador tinha chegado ao Calvário e depositado a pesada carga da Cruz e já os algozes como feras se atiram sobre ele para tirar-Lhe os vestidos grudados nas chagas. E o fazem com tanta impetuosidade e brutalidade, que todas as feridas de novo se abrem e começam a verter copioso sangue.
Oh Jesus! Mais desapiedado do que os algozes sou eu, quando por novos pecados renovo as Vossas Chagas e firo o Vosso Coração.
V. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo e Vos bendizemos.
R. Porque por vossa Santa Cruz remistes o Mundo.
Ave Maria ...
Meu Jesus, Misericórdia!
Os soldados repartiram as roupas de Jesus em quatro partes e sortearam entre eles a túnica. Assim se cumpriu: repartiram os meus vestidos e rifaram a minha túnica [João 19, 23].
Os algozes, ao arrancarem as roupas de Jesus, estavam dizendo: tiramos a tua dignidade, os teus direitos. Jesus é o criador do universo, o Deus Todo Poderoso, que na cruz é despojado de suas vestimentas. É verdadeiramente o Deus desarmado de poder e armado somente de amor. Jesus é a imagem e a realidade da entrega total. Jesus sacrifica tudo.
E eu? De que coisas eu me sinto dono? Que sinto quando digo a Deus que Ele é o meu absoluto e tudo para mim e quando me comparo com Ele e o vejo nu na Cruz?
O que é que eu sinto, na frente do Jesus despojado, com tudo o que eu quero possuir para mim, como a fama, sucesso, que me vejam bem, que me compreendam, quando eu quero viver sem problemas?
Os infames carrascos mandam cinicamente ao Divino Redentor, desnudado de seus vestidos, que se deite sobre a Cruz. Jesus, o rei do Céu e da Terra, humildemente obedece a estas miseráveis criaturas. Voluntariamente estende as suas mãos para serem pregadas na Cruz. Treme de dor, quando os grossos pregos aos golpes do martelo traspassam os ossos das mãos e dos pés, mas sofre também estas terríveis dores por amor de mim sem queixa.
Oh Jesus! Fazei o meu coração humilde e semelhante ao vosso! Dai-me paciência e resignação nos meus sofrimentos.
V. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo e Vos bendizemos.
R. Porque por vossa Santa Cruz remistes o Mundo.
Ave Maria ...
Meu Jesus, Misericórdia!
Ofereceram-lhe vinho com mirra, mas ele não o tomou. Crucificaram-no ... entre dois bandidos [Marcos 15, 24-27].
Em Jesus cravaram os pés e as mãos para o dessangrar, tirar o seu sangue, o quanto antes. O vinho misturado com mirra era para não sentir a dor. Porém Jesus não o bebeu.
Vendo-O assim, pregado na Cruz, São Inácio de Loyola pede que façamos uma reflexão porque e por quem ele se oferecera. E eu? Que eu sinto ante Jesus Crucificado?
Com a minha Cruz estou seguindo este “caminho da Cruz”, porém, não me sucede que paro no caminho, sem chegar até a Cruz do meu Calvário?
Uma Cruz de madeira pura cansa e oprime. Para que uma Cruz tenha sentido, tenho que colocar ali a Jesus, para que a dor seja redentora, para que a dor seja libertadora.
Peço a Jesus que Ele esteja sempre na minha Cruz, que esteja sempre presente na minha vida, para poder a viver de todo com Ele e para que a minha vida tenha sentido.
Três longas horas de indizíveis dores e de horrorosa agonia Jesus sofre ainda na Cruz. No auge das dores, clama cheio de aflição ao Pai Celeste: “Meu Deus, meu Deus, por que assim me abandonastes?” E os malvados Judeus assistem esta agonia com uma diabólica satisfação. Zombam de suas dores, fazem escárnio de sua imensa aflição e continuam a vomitar contra Ele injúrias e blasfêmias. Mas o coração de Jesus não conhece sentimentos de raiva e de vingança, e só se lembra de pedir perdão por eles: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” Afinal, a morte, mais piedosa dos que os algozes, livra o pobre Salvador dos tormentos. Com as palavras: “Meu Pai, em vossas mãos encomendo o meu espírito”, Jesus exala o último suspiro.
Oh Jesus! Ainda na última hora da Vossa vida, me destes um exemplo tão sublime de caridade, não permitais que o meu coração guarde raiva e ódio do próximo.
V. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo e Vos bendizemos.
R. Porque por vossa Santa Cruz remistes o Mundo.
Ave Maria ...
Meu Jesus, Misericórdia!
Jesus deu um grito forte: “Pai, em tuas mãos encomendo o meu espírito".E expirou [Lucas 23, 43].
Inácio de Loyola nos recomenda que consideremos muito “como se esconde a Divindade”. É o mais forte que se pode dizer para explicar a grande solidão de Jesus.
Porque Jesus morreu da forma que morreu, nós podemos viver com esperança.
E com a sua graça e força, me disponho também a dar a vida. “Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida pelos amigos [João 15, 13].
Jesus é descido da Cruz e depositado nos braços da sua Santíssima Mãe
José de Arimatéia, um dos discípulos de Jesus, tendo obtido de Pilatos a licença de enterrar o Nosso Senhor, ajudado por outros discípulos, despregou o Corpo do Salvador da Cruz e o pôs no regaço de Maria Santíssima.
A Mãe das Dores abraça ternamente o Corpo rijo e gelado de seu amado Filho e banha com abundantes lágrimas o rosto manchado e desfigurado pelo sangue.
O Maria! Mãe da Piedade recebei-nos por vossos filhos. Somos indignos, é verdade, mas lembrai-Vos de que fomos remidos pelo sangue de vosso Divino Filho, que tanto nos amou, que deu a sua vida por nós.
V. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo e Vos bendizemos.
R. Porque por vossa Santa Cruz remistes o Mundo.
Ave Maria ...
Meu Jesus, Misericórdia!
Maria, esteve sempre próxima de Jesus, desde que esteve em seu ventre, viveu em Belém, no Egito e em Nazaré.
Maria presente, discreta e humilde em todo o caminho da Cruz. Maria, a mãe da entrega total é quem recebe do corpo de Jesus. É ela que nos entrega e nos dá para Jesus.
Sem Maria não chego a Jesus. Sem Jesus não sei nada de Maria. Que pode ser a minha vida sem Jesus e sem Maria?
Oh dia eternamente memorável da morte do Salvador. Este dia cheio de tantos horrores estava declinando. Foi preciso tratar do enterro do Nosso Senhor. Entre muitas lágrimas, Maria Santíssima e os outros fiéis envolveram com reverência o Corpo de Jesus em uma mortalha de linho branco e O depositaram em um sepulcro novo, fechando a cova aberta em uma rocha com uma grande pedra.
Oh Jesus! Fazei que sempre me lembre de minha morte e de que deste mundo nada mais me ficará do que uma mortalha e uma cova estreita para cobrir piedosamente a podridão do meu cadáver.
Como poderei continuar a amar este mundo enganador e por amor dele afastar-me de Vós, que sois minha única esperança, minha ressureição e vida, minha felicidade eterna? Amém.
V. Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo e Vos bendizemos.
R. Porque por vossa Santa Cruz remistes o Mundo.
Ave Maria ...
Meu Jesus, Misericórdia!
José de Arimatéia colocou Jesus em um sepulcro que estava na rocha [Marcos 15, 46].
Jesus é colocado em rocha profunda, dura e escura. Porém, ali é luz e vida!
O que eu penso e sinto de como Jesus é encarcerado em um sepulcro, sendo que Ele é o nosso grande libertador?
Eu sinto que a minha vida as vezes se afunda, que não tenho ar para respirar, que me afogo? Que tudo é escuro e frio dentro e arredor de mim? Porém, tenho luz e sou vida, aquela que Deus me dá para iluminar aos outros e dar vida a todos!
Que eu faço para que outros não vivam afundados em sua tristeza, afogados na sua falta de esperança, na escuridão e sem vida?
Meu Jesus, meu bom e piedoso Salvador, nunca serei capaz de retribuir-Vos o imenso amor, com que por mim Vós sujeitastes a tantos e tão horrorosos sofrimentos e uma morte tão cruel!
Ah! Se ao menos nunca mais Vos ofendestes no futuro, nunca mais fosse ingrato e não baldasse desta sorte os imensos sacrifícios feitos por mim!
Quero salvar a minha alma a todo o transe, este é o propósito, que renovo ao pé da vossa Santa Cruz. Encarecidamente Vos peço que abençoeis esta minha firme resolução e me deis a graça de seguir-Vos no caminho da Cruz, para que um dia possa estar convosco na bem-aventurança do Céu.
Tua Cruz, Jesus, alivia a minha Cruz...
Senhor, minha Cruz me é pesada,
me dói, muitas vezes a recuso, não a quero...
Há momentos, que já não posso mais...
-
Jesus, me cansa a solidão, minha tristeza...
não aceito minhas misérias, a humilhação...
não quero o fracaso, nem a dor física...
Senhor, minha Cruz me oprime...
-
Jesus, tua Cruz alivia a minha Cruz
-
Jesus, tu não escolhestes a Cruz nem a queria...
também a ti custou aceitar e sofrer na tua Cruz...
